FELIPE DE ALBUQUERQUE “Assim, jogando a lançadeira de um lado para outro e batendo os grandes pentes do tear p...
FELIPE DE ALBUQUERQUE
“Assim, jogando a lançadeira de um lado para outro e batendo os grandes pentes do tear para frente e para trás, a moça passava os seus dias. Nada lhe faltava. Na hora da fome tecia um lindo peixe, com cuidado de escamas. E eis que o peixe estava na mesa, pronto para ser comido. Se sede vinha, suave era a lã cor de leite que entremeava o tapete. E à noite, depois de lançar seu fio de escuridão, dormia tranquila. Tecer era tudo o que fazia. Tecer era tudo o que queria fazer.” A moça tecelã
E foi com maestria e altas doses de sapiência, que Marina Colasanti lançou o tear e fisgou com seu raciocínio aguçado o público presente no Sesc Arsenal na noite de terça (23). A escritora, que possui vasta produção tanto em crônicas e romances como em contos de fada, discutiu a importância da fantasia diante do mundo real, concreto e autômato à luz da simbologia do livro "A invenção de Hugo Cabret", de Brian Selznick.
“Nós sabemos, grande parte porque Freud nos disse que, o sonho, a atividade, psíquica, o trânsito no imaginário são tão necessário à psique humana quanto é necessária a alimentação para o corpo. O ser humano não suportaria abrir mão do imaginário da fantasia, do desejo. Então o que acontece é que o principio do prazer e da realidade, firmam um acordo de parceria, de cooperação. Um pouco principio do prazer, um pouco do principio da realidade”, considerou Marina.
Além de compartilhar da visão de que, entre o real e entre a fantasia devemos ficar com os dois, a autora enalteceu o papel da sociedade e principalmente da escola na formação de leitores capazes de compreender o mundo.
“No mundo leitor, a leitura é estimulada pela família leitora, pelo entorno leitor, pelo companheiro leitor, pela sociedade que torna o livro um assunto e pela escola. Coitada da escola! No Brasil a gente a sobrecarrega, como se ela fosse a única responsável por garantir essa formação”, concluiu.
Pela tarde, Marina também esteve no Sesc para participar de um debate com alunos do Sesi e da escola Benedito de Carvalho, mas a pauta não possuía tema específico e, à medida que os estudantes perguntavam, suas respostas recaíam sobre sua carreira e biografia.
A aluna Ana Beatriz Rocha, do colégio Benedito de Carvalho, gostou muito da palestra e disse que, apesar de não conhecer os livros da Marina Colasanti, ficou encantada com o mundo da escritora. “Achei muito interessante, porque ela coloca os seus pontos de vista sobre a vida de escritor e deu conselhos para quem quer seguir esse caminho. Não leio muito, mas me interessei pelas obras da Marina e vou pesquisar mais”, relatou.
Nesta semana de atividades, que está apenas começando no Sesc, na quarta-feira (24), o escritor e colunista do caderno O Globo, José Castello, discutirá a poesia de Manoel de Barros, meio no qual se reúnem as coisas frágeis, desprezíveis, sutis e delicadas. A população está convidada a comparecer e a participar sem custo algum.
A exemplo da programação preparada pelo Sesc, que assegura e reafirma os valores culturais destituindo o cidadão comum de seus valores alienados, e seguindo os ensinamentos do mestre Manoel, vamos passando um fio de linha clara pelo buraco mínimo da agulha, para tecer no horizonte um traço de luz. A realidade pode ser construída e alterada. Resta-nos tece-la com um pouco mais de fantasia e contos de fada.
E foi com maestria e altas doses de sapiência, que Marina Colasanti lançou o tear e fisgou com seu raciocínio aguçado o público presente no Sesc Arsenal na noite de terça (23). A escritora, que possui vasta produção tanto em crônicas e romances como em contos de fada, discutiu a importância da fantasia diante do mundo real, concreto e autômato à luz da simbologia do livro "A invenção de Hugo Cabret", de Brian Selznick.
“Nós sabemos, grande parte porque Freud nos disse que, o sonho, a atividade, psíquica, o trânsito no imaginário são tão necessário à psique humana quanto é necessária a alimentação para o corpo. O ser humano não suportaria abrir mão do imaginário da fantasia, do desejo. Então o que acontece é que o principio do prazer e da realidade, firmam um acordo de parceria, de cooperação. Um pouco principio do prazer, um pouco do principio da realidade”, considerou Marina.
Além de compartilhar da visão de que, entre o real e entre a fantasia devemos ficar com os dois, a autora enalteceu o papel da sociedade e principalmente da escola na formação de leitores capazes de compreender o mundo.
“No mundo leitor, a leitura é estimulada pela família leitora, pelo entorno leitor, pelo companheiro leitor, pela sociedade que torna o livro um assunto e pela escola. Coitada da escola! No Brasil a gente a sobrecarrega, como se ela fosse a única responsável por garantir essa formação”, concluiu.
Pela tarde, Marina também esteve no Sesc para participar de um debate com alunos do Sesi e da escola Benedito de Carvalho, mas a pauta não possuía tema específico e, à medida que os estudantes perguntavam, suas respostas recaíam sobre sua carreira e biografia.
A aluna Ana Beatriz Rocha, do colégio Benedito de Carvalho, gostou muito da palestra e disse que, apesar de não conhecer os livros da Marina Colasanti, ficou encantada com o mundo da escritora. “Achei muito interessante, porque ela coloca os seus pontos de vista sobre a vida de escritor e deu conselhos para quem quer seguir esse caminho. Não leio muito, mas me interessei pelas obras da Marina e vou pesquisar mais”, relatou.
Nesta semana de atividades, que está apenas começando no Sesc, na quarta-feira (24), o escritor e colunista do caderno O Globo, José Castello, discutirá a poesia de Manoel de Barros, meio no qual se reúnem as coisas frágeis, desprezíveis, sutis e delicadas. A população está convidada a comparecer e a participar sem custo algum.
A exemplo da programação preparada pelo Sesc, que assegura e reafirma os valores culturais destituindo o cidadão comum de seus valores alienados, e seguindo os ensinamentos do mestre Manoel, vamos passando um fio de linha clara pelo buraco mínimo da agulha, para tecer no horizonte um traço de luz. A realidade pode ser construída e alterada. Resta-nos tece-la com um pouco mais de fantasia e contos de fada.
fonte: Isso É Notícia