"Transcendência a partir do olhar de uma rã", conferência da Marina Colasanti no II Congresso Ibero-Americano de Língua e Litera...
"Transcendência a partir do olhar de uma rã", conferência da Marina Colasanti no II Congresso Ibero-Americano de Língua e Literatura Infantil e Juvenil foi de uma beleza tocante e uma aula magistral. Começou com uma afirmação forte: "Não existe literatura infantil". E logo emendou: "Uma coisa é a literatura, outra é a produção e o consumo de livros para crianças e jovens". Marina fez uma travessia linda sobre os sentidos e sentimentos da palavra transcendência, dialogando com obras de Clarice Lispector, Guy de Maupassant e com os contos de fadas. Nos falou da cor azul da transcendência e de outras cores que ela possa assumir e fez um percurso de seus sentidos, passando pelo amor, a fantasia, a viagem e uma leitura preciosa da versão mais antiga de Chapeuzinho Vermelho, antes das suavizações do conto feitas por Charles Perrault e Irmãos Grimm. Ela nos apresentou o conto como uma metáfora completa de rito de vida. Para Marina, a transcendência não está na história ou nos personagens e sim no modo em que são narrados. Por fim, nos lembrou coisas como que para avançarmos temos que transcender a nós mesmos, perguntando ao infinito e a nós próprios quem somos. E por fim mais duas coisas: Ela nos disse que a transcendência é o que nos humaniza e que o bom educador é aquele sabe propiciar aos seus educandos o encontro com suas almas. Viva a transcendência da obra literária e da fala da Marina Colasanti, não é mesmo meu caro amigo Affonso Romano Santanna