Marina Manda Lembranças Mesmo fora da lona A o abrir a mala daquele viajante, tudo podia esperar o funcionário da alfândega, meno...
Marina Manda Lembranças
Mesmo fora da lona
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Não outro
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O silencio de Matias
Assim foi o dia em que o cego Matias levantou-se de um salto, e tombou para trás enrijecido, azuladas as mãos, brancos os lábios, os olhos revirados.
Durante doze dias Mateus jazeu deitado. O peito parado, um filete de baba escorrendo da boca.
Ao décimo terceiro levantou-se. Por trás das pálpebras fechadas havia visto a verdade, a razão de ser do mundo.
Nunca disse nada a ninguém. Pois com as imagens, a ele que cego nunca havia visto outras, não lhe haviam sido dadas as palavras com que poderia contá-las.
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O apoio do mundo
— Não saia daí — havia sido sua consigna — . Ou o mundo desaba.
E ele não saía.
Nem bastava, para demove-lo, a certeza de que quando morresse tudo desabaria igualmente. Pois morto, já não correria risco de ser esmagado.
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O possível
Forçoso era contentar-se com menos.
Galgou não sem esforço a estátua eqüestre da praça. E empoleirado na cabeça do heróico general, deixou-se ficar apaziguado, olhando a cidade do alto, enquanto soltava pequenos excrementos sobre o bronze.
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Em voz alta
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