Marina Manda Lembranças T enho mais medo do aquecimento global que de uma guerra atômica, porque a guerra atômica, se ...
Marina Manda Lembranças
Tenho mais medo do aquecimento global que de uma guerra atômica, porque a
guerra atômica, se a gente tem crédito com os lá de cima, pode desaparecer em
um instante na explosão.
Enquanto com o aquecimento global nossos descendentes vão ter que penar muito. Imagine nossos descendentes andando na terra transformada em deserto sem ter água nem para escovar os dentes e sem dentes para escovar, porque não podem comer carne. Com as secas o gado terá acabado, sem ter grama para se alimentar.
Desde a Revolução Industrial usa-se carvão natural. Petróleo e gás natural para gerar energia para as indústrias.
Só em 2022 a temperatura do planeta alcançou 1,15º. As tempestades chegam a alagar as cidades e são mais frequentes. As grandes geleiras estão derretendo, aumentando o nível do mar e pondo em risco as praias e ilhas.
A destruição do que resta da Mata Atlântica e da Amazônia é intensa, colocando grande número de espécies à beira da extinção.
Se não queremos que os seres humanos sejam extintos como os dinossauros – por outras causas que não o aquecimento global – temos que parar de desmatar as florestas, para alimentar gado. Está certo que o gado dá mais lucro, mas derrubar árvores nos condena a desaparecer. Aliás os seres humanos com sua multiplicação, são responsáveis pelo aquecimento global e o planeta ficaria melhor sem eles. As árvores deixariam de serem cortadas, os animais deixados em paz, um devorando o outro como é da sua natureza.
Os ursos polares que a gente via antes em livros infantis, em fotos, ou na televisão estavam sempre pisando numa superfície de gelo que podia ter entre três metros a quatro. Hoje vi uma foto, pesquisando para essa crônica, que uma ursa polar, acompanhada de seu filhote, deslizava por placas de gelo finíssimas arriscando se afogar, e a seu filhote. Pudera, não. As geleiras estão se derretendo graças ao acúmulo de gases estufa, e os humanos continuam cortando árvores, jogando mais carbono para continuar derretendo as geleiras.
Sapos tropicais estão morrendo. Fungos que se apresentam com o aumento da temperatura.
As tartarugas marinhas estão diminuindo porque precisam de um lugar para por ovos, e esse lugar foi invadido pelos humanos. Esse lugar determina se os ovos vão ser de machos ou de fêmeas. Há sério risco de extinção da espécie, porque cientistas contaram os ovos e são prevalentemente masculinos. Ovos masculinos não geram tartaruguinhas novas e a espécie estaria condenada à extinção.
Li na quinta, dia 18, o ano mais quente da história deve ocorrer até 2027. Que o relatório da Organização Meteorológica Mundial afirma haver 98% de chances de que a temperatura média do planeta ultrapasse temporariamente em 1,5º os níveis pré-industriais nos próximos cinco anos.
O aumento não é irreversível. Os acordos firmados no Acordo de Paris põem o mundo na rota para um aquecimento 2,4º, afirma o estudo feito por 145 integrantes de 11 organizações.
Os índices pré-industriais são usados como parâmetro porque a partir da Revolução Industrial os gases estufa são jogados maciçamente na atmosfera, como forma de alimentar as indústrias.
O resultado é que as enchentes na Itália deixaram 18 mortos e 5 mil desabrigados, a defesa civil italiana informou que 14 rios transbordaram, enchendo as ruas em 23 municípios. As tempestades e os deslizamentos de terra estão se repetindo no mundo todo, e são cada vez mais frequentes e graves, que significam impactos devastadores para recifes de corais, e mudanças drásticas na produção de alimentos, e na vida da Terra.