Marina Manda Lembranças S ou como Martha Medeiros "Descobri, através de um ritual xamânico, que meu animal de poder é o cavalo. Segundo...
Marina Manda Lembranças
Nos ambientes em que cavalos são parceiros na lida, a masculinidade predomina através de virtudes como coragem e determinação."
O meu pai tinha dois cavalos estacionados na hípica, como a hípica ficou muito cara para ele, desfez o negócio com a hípica e os dois cavalos vieram parar nas cocheiras do Parque Lage que, em princípio, eram para as vacas. Problema facilmente resolvido, puseram duas vacas numa cocheira, e dois cavalos na outra.
Meu pai estava treinando o cavalo Tibaji, (o outro estava paradinho na cocheira) com uma fita fazendo ele andar quando, de repente, fez ele parar e botou meu irmão e eu, sem sela e sem rédeas, sem nada, no dorso do cavalo. Foi ele dar um passo pra frente, e eu e meu irmão caímos.
Estávamos no dorso do cavalo naquela quadra de tênis que ficava acima da gruta dos escravos, de milênios atrás de que já falei em outra crônica.
A outra vez que andei a cavalo tinha vinte anos ou vinte e três, meu pai, com remorso daquela vez que havia me feito cair do cavalo (duvido que se lembrasse de fato tão distante) havia providenciado uma égua bem mansa. Eu pude andar com tranquilidade sem ter medo que me despejasse no lago em frente da fazenda do meu pai.
Meu pai tinha uma fazenda, e montava na hípica com uma amiga dele, Giuliana, se chamava. O marido dela com ciúmes do meu pai se mandou para a Itália levando a filha deles.
Volto a Martha Medeiros. "A minha primeira tentativa de galopar, quando criança, foi um desastre, quase cai". Ainda bem que não caiu, eu caí de verdade. "Desde então, alimentei por cavalos olhando-os à distância, sem nunca mais chegar perto.
Só depois dos 40 é que fiz uma segunda tentativa, que foi mais bem sucedida. Hoje, quando surge a oportunidade, domino o medo (que ainda sinto) e monto. E, a cada vez, é um acontecimento trinfal."
Uma vez vi um comercial da marca de carros Citroen, estava cheia de cavalos. Um todo manchado se ajoelhava nas patas, havia um tropel de cavalos andando frente ao carro, e cavalos ao longe. Um com uma moça nas costas, parecendo uma noiva, saltou por cima do carro, Citroen, é claro!
A última vez que montei num cavalo, não era um cavalo era uma moto. Andava com meu quase noivo rumo a Angra Dos Reis onde haveria um Campeonato de Pesca Submarina, ele apanhou uma serpente com a meia e me deu para segurar. Topamos com meu pai, eu apavorada de segurar a meia com a serpente dentro, todo simpático nos convidou a tomar um café com ele, havia feito amigos entrementes e nos convidou a tomar café com eles. Não gostei dos novos amigos, provavelmente por ter me picado a cobra que estava no fundo, bem no fundo, da meia.
Tudo o que sei de cobras é que meu irmão, Arduino, pegou uma não venenosa, falsa coral, e andava com ela no ônibus, passando de mão em mão, para assustar os passageiros pensado que se tratava de uma coral verdadeira, que poderia picá-los e enjetar veneno no seu sangue.
Meu irmão pegou outra, sucuri, com que posamos, meu irmão e eu, diante do diretor que estava fazendo "Jangadas" com Vanja Orico, filme que nunca foi exibido.
Imagino o filme apodrecendo num deposito ou noutro lugar qualquer cheio de sombras.
Esquecido.