Marina Manda Lembranças F oi totalmente cercado por soldados israelenses e sofreu uma queda total de energia após seu último gerador em func...
Marina Manda Lembranças
Penso em um bebê prematuro em incubadora, que morreu. Um outro bebê morreu devido ao calor e a falta de oxigênio e luz. O hospital tem 37 bebês prematuros em incubadoras e a equipe médica fazia respiração artificial manual em alguns deles. Penso neles e meu coração se aperta.
O complexo hospitalar é o maior e abriga mais de 20 mil pessoas, incluindo deslocados, equipe médica e feridos. Um ferido após o outro, com cinco deles tendo morrido por falta de tratamento. É a única maneira de salvar os feridos, usando métodos primitivos.
Diretor da Organização Mundial de Saúde (OMS ), Tedros Ghebreysus:
"Já se passaram três dias sem eletricidade, sem água e com internet muito ruim, o que afetou seriamente nossa capacidade de fornecer cuidados essenciais. Os constantes disparos e bombardeios na área agravaram circunstâncias já críticas. Tragicamente, o número de mortes de pacientes aumentou significativamente"
Ghebreysus apelou por um cessar-fogo imediato e disse que "o mundo não pode ficar em silêncio enquanto os hospitais, que deveriam ser refúgios seguros, são transformados em cenas de morte".
Youssef Abu Rish, vice ministro da Saúde de Gaza, órgão controlado pelo Hamas, afirmou que cinco bebês prematuros e sete pacientes em estado grave morreram no Al-Shifa pela falta de combustível necessário para o fornecimento de suprimentos básicos, como água e energia, em meio aos intensos combates que ocorrem na região.
As Forças Armadas de Israel declararam ter oferecido 300 litros de combustível ao hospital, mas o Hamas teria impedido a equipe de saúde de aceitar a oferta.
Nem todos em Israel foram pegos de surpresa pelo ataque do Hamas no dia 7 de outubro. De que uma escalada estava a caminho, incluindo que o Hamas se estava preparando para intensificar a ação contra Israel com a finalidade de provocar uma conflagração regional. O alerta foi um resumo de dois vídeos e declarações divulgados pelo grupo terrorista palestino.
Inclusive, mapas detalhados de comunidades israelenses atacadas em outubro, foram exibidas pelo Hamas desde 2018. Não haviam como serem desconhecidas da Inteligência de Israel, que conta com amplos recursos para monitorar as movimentações do inimigo.
Por um conceito equivocado liderado por Benjamin Netanyahu, por uma década, o premier israelense acreditou que poderia comprar o silêncio do rival com os milhões que eram concedidos pelo governo do Catar ao Hamas. Isso já não era verdade antes de 7 de outubro, já que os rivais continuavam e o território de Israel era atingido por foguetes disparados de Gaza.